A advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel em Santo André,
no ABC, em 2008, bateu boca com a juíza Milena Dias na tarde desta
terça-feira (14) durante o depoimento da perita criminal Dairse
Aparecida Pereira Lopes. Lindemberg começou a ser julgado nesta segunda
(13) no Fórum de Santo André.
Ana Lúcia Assad reclamou de um ponto técnico durante o depoimento,
afirmando que havia um número errado no processo. A juíza disse que não
cabia à defesa fazer tal questionamento no momento. Indignada, a
advogada disse que queria apenas a "verdade". A juíza voltou a dizer que
ela ia ter a oportunidade de falar isso nos debates e que esse não era o
"conceito".
Foi, então, que a advogada disse: "Você precisa voltar a estudar". A
promotora Daniela Hashimoto saiu em defesa da juíza e disse para ela
"tomar cuidado", que estava desacatando e ameaçou processá-la. A juíza,
no entanto, determinou que o julgamento prosseguisse.
O júri foi retomado às 14h desta terça no Fórum de Santo André, após o
intervalo para almoço. Antes da perita, foram ouvidos os jornalistas
Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos.
Os dois disseram que nos contatos feitos entre a polícia e o acusado
ele não apresentou exigências e se mostrou disposto a matar Eloá.
Questionados sobre uma influência da imprensa do desfecho, ambos
afirmaram ainda que em nenhum momento jornalistas fizeram qualquer tipo
de provocação nem incitaram Lindemberg a cometer um ato violento.
Hidalgo disse ainda que os jornalistas foram pegos de surpresa com a
invasão ao apartamento, pois a polícia havia convocado uma entrevista
coletiva no horário.
A advogada Ana Lúcia Assad pediu pela manhã que a mãe da vítima, Ana
Cristina Pimentel, não fosse ouvida durante o julgamento. Nesta segunda
(13), a própria advogada havia arrolado a mãe de Eloá e o irmão caçula,
Everton Douglas, de 17 anos, como testemunhas. Ana Lúcia ameaçou
abandonar o júri caso Ana Cristina Pimentel fosse ouvida.
"Não concordo que essa testemunha seja ouvida. Eu quero dispensá-la”,
disse Ana Lúcia, sem apresentar motivo. A juíza ponderou ser necessária a
concordância da acusação. A promotora do caso, Daniela Hashimoto,
discordou. Em seguida, a advogada de Lindemberg ameaçou. "Eu vou
abandonar o júri. Eu vou embora”, disse, elevando o tom de voz.
A acusação acabou aceitando a dispensa de Ana Cristina. O Ministério
Público, entretanto, não concordou com a dispensa de Everton Douglas,
que foi ouvido como testemunha do juízo.
Fonte: G1/Circulodefogo.net
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