Recluso desde que tornou-se pivô de um escândalo de corrupção que atingiu a família Bolsonaro, o ex-assessor Fabrício Queiroz mantém ativas suas conexões com a política. Em um áudio revelado pelo jornal O Globo,
ele conversa sobre indicações no Congresso Nacional por meio de
comissões ou gabinetes de parlamentares, não apenas em cargos
relacionados aos filhos do presidente Jair Bolsonaro, e descreve a
rotina do gabinete do senador Flávio Bolsonaro, de quem foi assessor.
“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado. Pode
indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles
[família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente aí caía bem pra c.
entendeu? Não precisa vincular a um nome. Chega lá e pô, cara, no
gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, o pessoal para
conversar com ele. Pô, é só chegar, meu irmão, nomeia fulano aí pra
trabalhar contigo. Salariozinho bom desse aí, cara, pra gente que é pai
de família, p. que pariu, cai igual uma uva”, diz.
Desaparecido após passar como um cometa pela seara de
escândalos nacionais, Queiroz teve seu paradeiro revelado pela revista
VEJA. A reportagem mostra que ele hoje
vive no Morumbi, em São Paulo, e frequenta o hospital Albert Einstein
para tratar um câncer de intestino — que se agravou. Mesmo com o
ex-assessor fora dos holofotes, sua situação sempre foi tratada com
prioridade na família Bolsonaro. Embora tenha se afastado dele
publicamente, o presidente traçou estratégias no campo jurídico e político para as suspeitas não prejudicarem seu mandato.
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