Renan anuncia retirada de candidatura à Presidência do Senado


O senador Renan Calheiros Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo


BRASÍLIA — O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou o processo de votação para a escolha do presidente do Senado e anunciou a retirada de sua candidatura. A primeira votação deste sábado foi anulada porque tinha 82 votos, quando há apenas 81 senadores. Durante a segunda votação, Renan atacou seu principal adversário, Davi Alcolumbre(DEM-AP). Segundo ele, o processo em curso no Senado é antidemocrático. Ele também mencionou o voto do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que, na segunda votação, anunciou apoio a Alcolumbre.

— Flávio Bolsonaro, diferentemente da votação anterior, abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Este processo não é democrático — disse Renan, sendo vaiado.

— Para demonstrar que esse processo não é democrático, eu queria lhe dizer que o Davi (Alcolumbre) não é Davi. O Davi é o Golias. Ele é o novo presidente do Senado e eu retiro a minha candidatura, porque não vou me submeter a isso — acrescentou, sendo aplaudido.

Depois, ainda afirmou:

— Eles querem ganhar de todo o jeito. Isso não pode acontecer. Eu não sou um Jean Wyllys (deputado que renunciou ao mandato após receber ameaças). Eu não vou renunciar meu mandato. Eu vou ficar aqui no Senado Federal. Mas o Brasil é testemunha do que desde ontem está acontecendo no Senado — disse Renan

Renan despontou como favorito, mas viu a candidatura de Alcolumbre crescer, apoiado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, desafeto do senador alagoano. Outros três postulantes ao cargo que se opunham a Renan — Simone Tebet (MDB-MS), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Major Olímpio (PSL-SP) — desistiram de concorrer, favorecendo Alcolumbre. O objetivo foi reduzir o número de candidaturas de oposição a Renan para concentrar os votos contrários num nome capaz de derrotá-lo.

O processo de escolha do novo presidente do Senado começou na sexta-feira. Com Davi Alcolumbre (DEM-AP) à frente da sessão, o plenário decidiu, por 50 votos a dois, que, embora o regimento interno determine o voto secreto para a eleição do presidente do Senado, a eleição seria aberta.

A decisão foi questionada por Renan e aliados. Eles argumentaram que Alcolumbre, também candidato, não poderia conduzir o processo eleitoral. Sem acordo, a sessão foi suspensa e remarcada para às 11h deste sábado.

O MDB e o Solidariedade recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a votação aberta. Na madrugada, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli suspendeu a sessão e determinou a votação aberta. Neste sábado, vários senadores criticaram Toffoli, mas a decisão foi respeitada e o pleito foi secreto. Vários deles, porém, revelaram seu voto.

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