O marketing é uma poderosa palavra, que
está presente no imaginário social, construída sob discursos e
significados, sendo percebida de muitas formas. Para Garcia (2004) o
marketing possui inúmeros campos de aplicação, dentre eles o político.
Podendo ser definido como a arte de informar e comunicar com o eleitor;
orientar e direcionar as idéias do partido, candidato e governo, em
função das necessidades que se detectam; é definir o seu público e
satisfazê-los; é potenciar relações duradouras com os eleitores. Enfim, é
o ajustar das medidas às necessidades do estado e da sociedade, aos
anseios dos cidadãos, no sentido de servi-los sempre melhor, aproximando
o governo dos governados.
O marketing político é um conjunto de
técnicas e procedimentos que tem como objetivos adequar um candidato ao
seu eleitorado potencial, procurando fazê-lo, num primeiro momento,
conhecido do maior número de eleitores possível e, em seguida,
mostrando-o diferente de seus adversários, obviamente melhor
posicionado. Sendo assim, o marketing político é algo mais permanente,
está relacionado com a formação da imagem em longo prazo.
No cenário político brasileiro, diversos
candidatos utilizaram de técnicas de planejamento e marketing para
determinar sua candidatura e permanência no poder. Na construção da imagem publica dos governantes brasileiros, do
Imperador Pedro I ao presidente atual tem passado, invariavelmente,
pelas mãos eximias de pintores, fotógrafos, redatores publicitários,
roteiristas de vídeos e áudio, produtores e pesquisadores desde o final
do século passado sob a designação marqueteiros.
Nesse sentindo, são muitos os debates
sobre essa atividade que compreende desde uma análise do eleitor e do
contexto social, político e econômico no qual ocorre a eleição, até a
formulação e a divulgação de um discurso e de uma imagem que consiga
envolver o eleitor, fazendo com que este se sinta motivado a votar em
determinados candidatos.
Toda ação de marketing, seja ela, empresarial, política e eleitoral, sustenta-se no planejamento estratégico. No campo político, o planejamento estratégico inicia com a definição do
público-alvo e do posicionamento, o ponto de partida será o levantamento
da identidade do candidato (suas características pessoais, história
política, origem, valores, formação escolar etc.). A comunicação precisa
conhecer detalhes do “produto” que irá oferecer. Segundo Vasconcellos
(1970), a qualidade das informações que serão analisadas é determinante
para a definição de uma estratégia adequada. Planejar com base em
informações imprecisas ou erradas leva a consequências desastrosas. na política ainda há a prática do
“achismo” quando o candidato e seus assessores imaginam o que é melhor
para a sociedade e a partir de suas concepções dão início à campanha
eleitoral.
Rosa (2004) argumenta que, na maioria
das vezes, a postura do candidato ocasiona a incompatibilidade entre a
mensagem e um determinado público alvo. É comum haver uma imposição de
idéias à sociedade, pois há candidatos que acreditam ser importante
apenas divulgarem ações que atendam a seus interesses eleitorais.
O conceito de marketing político difere do conceito de marketing eleitoral. O primeiro começa muito antes das eleições e deve continuar depois delas. Deve ser encarado como todo o processo de venda de uma ideologia, de um partido ou de um candidato. O marketing eleitoral, por contraposição, é o conjunto de ações cujo objetivo único é ganhar uma determinada eleição, engloba desde os comícios até os panfletos de campanha. Na visão de Rocha & Tavares (2009) a dimensão estratégia do marketing político e, principalmente, a definição da própria estratégica política, em termos de valores e objetivos, o posicionamento é o cuminar de toda esta fase; é o momento da síntese e de maior objetividade.
O marketing eleitoral, mesmo na fase de
elaboração das estratégicas de comunicação e sua segmentação, procura,
essencialmente, ser eficaz. Baseia-se em técnicas e praticas geralmente
conhecidas por todos, que tem evoluído muito e, sucessivamente, vindo a
profissionalizar-se.
O marketing político dificilmente se
compara com o empresarial. A fidelidade a um partido ou candidato marca e
define a própria identidade da pessoa. Corresponde a uma atitude que
assume perante si, mas também perante os outros. Para Rocha &
Tavares (2009) não é fácil mudar a fidelidade política e, por longo
prazo, a ação do marketing político deve contribuir para que o agente
político seja ele próprio, em conjunto com o eleitorado, fiel aos
princípios que elegeu. Dentro desse "processo cientifico e racional" de dirigir uma campanha,
que é o marketing eleitoral, o planejamento ocupa uma posição central,
na medida em que permite a melhor alocação possível dos recursos
escassos, contribuindo para diminuir um pouco a distância entre as
campanhas mais populares, muita garra e pouco investimento, e as
candidaturas milionárias que acompanhamos, muitas vezes nas mãos de
candidatos mais preocupados em "levar vantagem em tudo" do que em
fortalecer a democracia brasileira.
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