A Folha de São Paulo escreveu uma matéria surpreendente: “Prenúncio de que a Copa seria o fim do
mundo não aguentou 3 dias”.
Assinada pelo colunista Nelson de Sá, a matéria surpreende qualquer um
que lê a imprensa brasileira por ter “empurrado” para a imprensa
estrangeira as previsões negativas sobre a Copa no Brasil. Não tem como esquecer a capa da Veja explicando matematicamente como os estádios da copa só poderiam ficar prontos em 2038. Pois bem o maior jornal do mundo escreveu uma coluna explicando o "choro" de alguns com o sucesso da copa de 2014 no Brasil
O texto segue abaixo com alguns trechos traduzidos:
San Borden
17 de junho de 2014
Um estádio não ficaria pronto a
tempo. Outro não ficaria pronto nunca. Protestos violentos iriam ameaçar
os fãs e estragar tudo. Greve no aeroporto e no metrô deixariam
milhares de visitantes sem transporte.
Essas e outras previsões do dia
do juízo final foram preocupações perpétuas nos dias que antecederam a
Copa do Mundo no Brasil, mas, após quase uma semana inteira de jogos, a
situação no maior país da América do Sul dificilmente pode ser
considerada sombria.
Para os fãs que gostam de gols
que enchem os olhos, resultados surpreendentes e futebol elegante, este
campeonato, até agora, tem sido um sucesso incrível. Os jogos são
apaixonantes, e o drama dos jogos tem sido perfeito para a televisão.
[...]
Há que dizer que ninguém pode
realizar um grande evento esportivo como a Copa do Mundo ou as
Olimpíadas sem alguns problemas. Este ano, em Sochi, na Rússia, os jogos
de inverno tiveram invasão de cães vira-latas, hotéis
incompletos, ou inexistentes. Em 2004, os jogos de verão em Atenas
tiveram greves de trabalhadores, contratempos com a infraestrutura, e
histeria em uma infinidade de lugares. O parque olímpico onde ocorreram
os jogos de Londres em 2012, uma semana antes ainda estava em obras.
Diante dessa realidade, certamente o Brasil merece mais indulgência.
[...]
A gama de problemas tem sido
grande. Alguns tiveram que ver com acabamento da construção, como fios
elétricos visíveis no estádio do São Paulo ou a instalação de aparelhos
de ar-condicionado e carpete horas antes do apito inicial, em Cuiabá, ou
30% dos porteiros do estádio de Brasília, que não apareceram para trabalhar,
criando impasse do lado de fora das catracas. Alguns foram cosméticos,
como a grama queimada no estádio de Manaus, que obrigaram a organização
do estádio a pintar o gramado com tinta verde.
Nada disso foi definitivamente
prejudicial para o evento. Os jogos puderam ocorrer dentro das
previsões. Mas a cada dia ocorreram problemas cujo potencial não pôde
ser previsto. No domingo, em Porto Alegre, por exemplo, o sistema de som
do Estádio falhou com as equipes já em campo, deixando os jogadores de
França e Honduras, que esperavam pelos hinos nacionais de seus países,
enfurecidos.
[...]
Para ser justo, a sorte é sempre
um fator nesses espetáculos. Qualquer grande evento pode ter um deslize
imperceptível, como o NFL aprendeu em 2013, quando o Super Bowl foi
adiado por quase uma hora depois de um apagão que mergulhou o Superdome,
em Nova Orleans, na escuridão. Em comparação, o problema com as luzes
no estádio de São Paulo durante o jogo de abertura da Copa do Mundo foi
um problema menor.
[...]
Como sempre ocorre, a preocupação
com a logística foi discutível. Em geral, as condições para realização
dos jogos têm sido excelentes. Em cidades como Natal e Salvador – onde
os campos sofreram chuva excepcionalmente pesada -, ficou comprovada a
qualidade dos sistemas de drenagem. Em última análise, esta é a
prioridade mais importante, pois as condições para realização dos jogos
são o que geralmente definem o legado histórico de um evento.
[...]
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