Cliente quer evitar 'retaliações' de desembargador após confusão no RN

Sem arrependimento, o empresário Alexandre Azevedo, de 44 anos, afirma que vai "fazer valer o direito de cidadão" após a confusão na qual se envolveu com um desembargador em uma padaria de Natal no último domingo (3). Além do abuso de autoridade do magistrado, ele explica que a decisão de levar o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi tomada para evitar retaliações. "É um medo não só meu, mas de qualquer um que esteja em uma situação como a minha perante uma pessoa na posição dele", diz.

A discussão, segundo Alexandre, foi iniciada depois que o desembargador Dilermando Motta, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, destratou um garçom na padaria Mercatto, no bairro Lagoa Nova, na zona Sul da capital potiguar. Em nota, o magistrado negou que tenha desrespeitado o funcionário. O empresário mostrou o rosto pela primeira vez nesta sexta-feira (3). Antes de se deixar fotografar, esclareceu que foi convencido pelos advogados de que não haveria problema em aparecer. Alexandre reafirmou o que havia dito em entrevista ao G1 de que não tem intenção de ganhar fama com o caso. "Não tenho intenção de ser celebridade, mas já que aconteceu vou fazer valer meu direito de cidadão", afirma o empresário, que se diz surpreso com a repercussão da confusão nas redes sociais e imprensa.

Sobre a confusão, Alexandre relata que os vídeos postados nas redes sociais podem passar uma falsa impressão do que aconteceu. "Como apareço gritando, parece que estou bem alterado e que o desembargador é quem foi agredido. A verdade é que ele estava sendo contido pois pegou uma cadeira ameaçando me agredir", conta. A discussão entre os dois, de acordo com o empresário, aconteceu depois que o magistrado não concordou com a relatiação sofrida após destratar o garçom.
"O desembargador estava em um canto com a família e eu com minha mulher em uma cadeira na parte central da padaria. Ele saiu do lugar dele e atravessou o estabelecimento para falar com o funcionário. Quando houve a ameaça de quebrar um copo na cabeça do garçom eu reagi. Tudo levava ao fato de que a agressão aconteceria", diz o empresário. Depois de iniciada a confusão, o desembargador teria ameaçado Alexandre de prisão. "Foram feitas ligações e quatro carros da Polícia Militar apareceram", acrescenta.

De acordo com o empresário, o tenente da PM que estava no local usou o bom senso. "A verdade é que o desembargador foi indelicado com os policiais e os chamou de bando de cagão. Conversei com o tenente também e o pedi bom senso", explica. Após a confusão, ele conta que todos os envolvidos foram liberados.

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