Caso Porcino: Líder da quadrilha era do bando de Valdetário Carneiro!

José Wilson, esquerda, teria passado dois meses planejando o sequestro. A direita, Ezequiel, dono da Fazenda Garrote, seria chefe do cativeiro
José Wilson, esquerda, teria passado dois meses planejando o sequestro. A direita, Ezequiel, dono da Fazenda Garrote, seria chefe do cativeiro. Foto: João Maria Alves.
O cearense José Wilson Trajano de Freitas, ex-integrante do bando de José Valdetário Benevides Carneiro – morto em 10 de dezembro de 2003 em confronto policial na zona rural de Lucrécia, no Alto Oeste - é o líder da quadrilha que sequestrou o empresário Fábio Porcino Rosado Chaves, 23 anos. A informação foi dada ontem pela delegada da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Sheila Freitas, em coletiva com a imprensa. Fabinho foi retirado à força de uma concessionária de veículos da família, em Mossoró, região Oeste do Rio Grande do Norte, na segunda-feira (10). 
O cearense José Wilson havia sido beneficiado com a progressão de regime para o semiaberto em abril, no Ceará, onde cumpria pena no Presídio Paulo Sarasate de Fortaleza, e passou dois meses planejando o sequestro, segundo informações colhidos, até o momento, pela Polícia Civil.
A delegada Sheila Freitas apontou ainda outro envolvido no sequestro e tido como chefe do cativeiro - Ezequiel Serafim Leitão, o “Quel”, um dos herdeiros da fazenda “Garrote”, no município de Canindé, a 118 quilômetros a sudoeste de Fortaleza (CE). Foi nesse local - um vale entre dois serrotes - que a polícia localizou na sexta-feira (14) o cativeiro. Na região Nordeste, o lugar é conhecido ponto de romaria em homenagem a São Francisco.
A delegada revelou ainda a existência de uma carta escrita de próprio punho por Fabinho, na qual a quadrilha estipulava o valor do  resgate – “acima do limite das condições financeiras da família”, segundo Sheila Freitas. Ela suspeita que a carta foi entregue a José Wilson e que deveria ser enviada no domingo, dia 16, à família, vez que essa foi a data colocada na carta, segundo informação prestada à Policia Civil por Fábio Porcino. 
Segundo a delegada, a Justiça já expediu mandado de prisão contra os dois, que estão  foragidos. Sheila Freitas contou que pelo menos 12 pessoas participaram do sequestro de Fábio Porcino, dos quais quatro eram responsáveis pelo cativeiro da vítima, que se encontrava acorrentado a uma perna e usava um capuz escuro quando foi encontrado na tarde da sexta-feira sob uma cabana rústica coberta de um plástico preto.

Delegada Sheila Freitas detalhou operação de resgate do empresário, que estava em cativeiro em fazenda na cidade de Canindé, CE
Delegada Sheila Freitas. Foto: João Maria Alves
Vida em risco
Sheila Freitas informou que fazendo a guarda 24 horas da vítima, estava apenas Rivelino Raquel Filho. O motorista do Crossfox OIE-6507 (chapa fria) cinza roubado no Ceará e no qual a vítima foi jogada dentro e levada ao cativeiro foi preso na cidade de Canindé – José Carlos Anastácio Leitão, o “Carlinhos”, que é sobrinho de  Ezequiel Leitão.
“As pessoas que estavam no cativeiro não foram as mesas que tiraram a vítima da loja de veículos”, disse a delegada, a respeito do fato que só dois ou três envolvidos diretamente no sequestro tinham conhecimento da fazenda “Garrote”. As investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, associadas às das Polícia Civil do Ceará e da Polícia Federal dos dois estados para estourar o cativeiro, continuam para a captura dos outros criminosos, dos quais dois estão com mandados judiciais expedidos.
Para a delegada Sheila Freitas, a investigação do caso, bem como a vítima, correram sérios riscos, em virtude da divulgação de um vídeo na internet, pertinente a outro horário do dia do sequestro, que expunham pessoas que não tinham nenhuma ligação com o crime. Além disso, ela explicou que a informação inverídica que caiu numa rede social de que ele tinha um chip em um braço para fins de rastreamento, em caso de crime como esse, também pôs em risco a integridade física de Fábio Porcino.  Segundo Sheila Freitas, ele contou que chegou a informar aos sequestradores que não tinha chip implantado no braço, tendo recebido a resposta que se realmente tivesse, eles não teriam cerimônia de amputar qualquer um de seus membros.

Informações do Tribuna do Norte

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