Estudantes brasileiros selecionados pelo programa Ciência sem
Fronteiras para fazer intercâmbio em universidades da Alemanha afirmaram
ao G1 que estão há dois meses sem receber os recursos
da bolsa de estudo. Alguns jovens dizem que estão praticamente sem
dinheiro para se manter na Alemanha e tiveram de pedir empréstimos a
colegas. O programa dá uma verba de 870 euros por mês (cerca de R$
2.350) para estudantes de graduação. Cerca de 25 alunos estariam
prejudicados pelo atraso no pagamento das bolsas.
As bolsas dos estudantes ouvidos pelo G1 são pagas
trimestralmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes). O primeiro pagamento foi feito ainda no Brasil, no
meio do ano. O atraso afetou o pagamento dos meses referentes ao segundo
trimestre. Nesta quinta-feira (29), os bolsistas receberam um e-mail da
Capes dizendo que alguns pagamentos em moedas diferentes do dólar
americano não foram devidamente processados dentro do prazo
estabelecido, e que em caráter de emergência serão depositadas duas
mensalidades no prazo de 48 horas. O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Capes na quarta-feira (28) e ainda aguarda retorno.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
também participa do fomento a bolsas do Ciência sem Fronteiras.
Marina Martins Leal, de 23 anos, aluna de engenharia mecânica da
Universidade Federal de Santa Catarina, chegou em julho para o
intercâmbio de um ano na Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Ela saiu
do Brasil com a primeira parcela da bolsa adiantada, relativa aos
primeiros três meses. "Quando chegou outubro não recebi mais nada",
afirma a estudante.
Ela diz que recebeu uma parcela extra de 1 mil euros que deveria ser
usada para a compra de material didático na Alemanha, mas está usando
este dinheiro para pagar aluguel e alimentação. "Pago 250 euros de
aluguel para morar na residência estudantil, e estou usando o dinheiro
do material didático para pagar coisas básicas. Não tenho mais dinheiro,
tive de pedir emprestado para outro bolsista da universidade. Agora já
acabou o que ele me emprestou. Não sei o que fazer."
Ciência sem Fronteiras
O objetivo do programa Ciência sem Fronteiras é preparar os jovens
estudantes para criar novas tecnologias que serão aproveitadas no Brasil
quando voltarem. O programa seleciona os estudantes com base no
histórico escolar e na nota obtida no Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio). Os selecionados têm ajuda financeira para pagar o curso, as
despesas da viagem, alimentação e hospedagem. Mais de 100 mil estudantes
deverão ser contemplados no programa.
O foco são as áreas de ciências exatas, biomédicas, tecnológicas ou da
área de energia, em cursos como engenharia, química, física, computação,
tecnologia da informação, medicina, biotecnologia, desenho industrial e
vários outros.
Fonte: G1
O G1 mostrou o caso da Alemanha, aqui na itália não é diferente, muitos bolsistas estão com o pagamento da bolsa atrasada. Segundo a CAPES essas transações internacionais demoram muito tempo, a grana dos bolsistas é depositada no Banco do Brasil que segue para Nova Yorque e só depois vem para um banco do país responsável do dinheiro. Nessa burocracia o pagamento de algumas pessoas se perderam e as instituições de fomento estão tentando rastrear esse dinheiro. Minha bolsa não atrasou mas estou postando a matéria por consideração aos colegas bolsistas que estão praticamente desesperados, em um país diferente, longe da família.
Rayr Filho, Roma - Itália
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