A
cantora Mara Maravilha causou polêmica na manhã desta segunda (24), durante
entrevista ao programa ‘Morning Show’, da RedeTV!. A baiana, evangélica de
carteirinha, fez uma argumentação em defesa do pastor e deputado federal Marco
Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara dos Deputados. Na semana passada, o parlamentar conseguiu a aprovação do
projeto apelidado de “Cura Gay”, que permite aos psicólogos promover tratamento
com o objetivo de “curar” os LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
“O Feliciano está sendo [vítima] que nem aqueles bonecos do
Judas. Mas vou te assegurar que muitos pensam igual a ele sobre esse assunto [a
"Cura Gay"]. Particularmente, gosto muito dele e o respeito. Acho
que, assim como ele, todos nós devemos ter nossas opiniões. Acho que está
faltando democracia. Você tem que respeitar o gay e você tem que respeitar
também a opinião de quem não pensa igual ao gay. Tenho orgulho de ser mulher,
de ser hétero. Mas isso não quer dizer que estou ofendendo quem é homo”, disse.
O apresentador Thiago Rocha perguntou a Mara se ela
acredita mesmo na possibilidade de a “Cura Gay” dar certo. “Creio na cura do
impossível. Eu creio! [...] Acho que ser gay é uma opção, uma escolha”,
completou, afirmando em seguida que já foi curada em diversas situações.
Durante o papo, sobraram alfinetadas até para Daniela
Mercury, que recentemente assumiu um relacionamento gay com a jornalista baiana
Malu Verçosa. “Olha, estranho é uma cantora popular, de repente, forçar os
jornalistas [a publicar matérias em defesa dos gays] e dar um beijo na boca de
outra mulher”, reclamou.
Depois, Mara argumentou que não se sente confortável em ver
dois homossexuais se beijando. “É preciso ter respeito a liberdade de
expressão, porque tem muitos pais e muitas mães que não concordam com essa
aberração [sic]. Não acho bonito nenhum homem e nenhuma mulher ficar em público
se atracando. Não acho. Tem coisa que é particular. Você pegar na mão, fazer um
carinho, legal. Mas imagina duas mulheres e dois homens em público? Não acho
[legal]“.
Todos os apresentadores do programa ficaram visivelmente
estarrecidos com as declarações conservadoras de Mara. O apresentador Patrick
Maia ainda tentou argumentar. “A minha dúvida é: se o cara se sente bem com
outro cara, porque ele precisa buscar uma cura? Depois chega alguém de fora,
que não é gay, e diz ‘quero curar você’”, afirmou.
Irritada, Mara resolveu colocar outra questão no debate.
“Vou abrir outro parêntesis aqui na nossa conversa: conheço muitos homossexuais
que querem a cura. Que queriam se ver livres disso [a homossexualidade]“,
vociferou. O apresentador Zé Luiz, por sua vez, retrucou. “Respeito você, mas
confesso a você que não conheço [homossexuais que querem se curar] e não
considero correto que exista uma cura para algo que não é uma doença”, disse.
Vale lembrar que a cantora Joelma, também evangélica, se
envolveu em uma série de polêmicas com o movimento gay ao longo de 2013. Tudo
começou em março, durante uma entrevista ao colunista Bruno Astuto, da revista
Época, onde ela afirmou que que ser gay é “como um drogado tentando se
recuperar”. Para evitar exposição negativa de marcas, vários empresários também
cancelaram shows com a Calypso – a assessoria do grupo chegou a comentar que a
informação não passava de uma ‘intriga’.
E você? O que pensa sobre isso?
Texto escrito por Henrique Brinco no RD1
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